A TV pública no Brasil é recente. Por muito tempo a única forma conhecida de TV era a comercial. A entrada de empresas de telecomunicações no país se deu pelo setor privado. Grandes empresários investiram na rede comercial, e esse investimento é feito até hoje. TV no Brasil é Rede Globo. E por isso, não se ouve falar muito em TV pública. Tudo o que se conhece é um sistema educativo de televisão, a TV Cultura, que veio à tona no final dos anos 80.
A TV Cultura é uma emissora que surgiu em São Paulo , pertencente à fundação Padre Anchieta. Ela é a que mais se aproxima da idéia de TV pública no Brasil. Ainda assim, além da ajuda do governo, ela é patrocinada por empresas privadas. Faz também parcerias com Sesi e Fiesp. É proibido o anúncio de bebidas, drogas (remédios), homossexualismo, desigualdades sociais e propagandas que atinjam a inocência da criança. E por isso o mercado anunciante não a procura.
Em 1998 foi criada a Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (Abepec), idealizada pelos fundadores da TV Cultura e de TVs educativas de 19 estados. Fazem parte dessa associação 20 emissoras, a maioria delas educativas. A tarefa dessa associação é dar autonomia e voz às emissoras que ela representa. Os problemas começam na falta de dinheiro disponível e com questões trabalhistas.
No Brasil, as TVs comerciais estão associadas à política. Os governantes estão vinculados a TVs comerciais. Acontecem parcerias entre governantes e dirigentes das TVs comerciais, um ajuda o outro, e esse ciclo parece nunca acabar. As pequenas emissoras públicas e educativas ficam sem apoio. E isso causa a falência das poucas TVs públicas existentes no país.
A política envolve mais aspectos do que se imagina. Os anunciantes e agências de publicidade acabam deixando de lado seu papel de ajudar a desenvolver a TV pública no Brasil. O comércio, as agências e o próprio governo sabem do poder de uma emissora pública de televisão, por isso procuram deixar a população a par desse assunto.
Seria muito importante que o brasileiro se importasse mais com a qualidade da TV. No mundo existem bons exemplos de TVs públicas, como a BBC na Inglaterra, a PBS nos Estados Unidos, e a NHK no Japão. Todas elas enfrentaram problemas no começo, mas conseguiram vencer e hoje a população desfruta dos benefícios de uma TV pública e podem exigir programas de qualidade.
O problema é que no Brasil as pessoas têm uma idéia errônea de TV pública. Tudo que se conhece é a “TV do Rá-Tim-Bum”. A TV Cultura tem um grande potencial para programas educativos. A maioria das suas programações é direcionada a crianças. Já as programações que não são infantis, são para uma classe mais elevada da sociedade.
Além disso, o povo não conhece os seus direitos. As pessoas têm o direito de se expressar de forma mais acessível possível. Elas têm direito a acesso à TV pública de sua cidade. A dificuldade, como sempre, é o dinheiro. Geralmente não há verba para que qualquer pessoa coloque um programa no ar. O governo e os grandes empresários fazem questão de manter a população assim, totalmente “desligada”. È muito mais lucrativo.
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